Slow Blogging

Começo dizendo que escrevo esse texto após assistir calma e felizmente a prata brasileira na modalidade ginástica olímpica nas Olimpíadas de Tóquio 2021, em uma quinta, as 9:00 horas da manhã, enquanto comia um gostoso pão de queijo e apreciava o quanto amadureci quando o assunto é me permitir levar uma carreira mais pautada nos meus valores, entre eles a leveza e o pertencimento. Acredito que começar assim seja importante quando o tema do nosso conteúdo de hoje é justamente a rapidez com que temos conduzindo nossas vidas e nossas carreiras, muitas vezes em detrimento do que nos faz felizes e realizadas.
O termo slow blogging é mais um nome estrangeiro para a pressão que muitas de nós vivemos diariamente quanto a necessidade de produzirmos conteúdo na internet, a tradução seria algo como “produzir conteúdo lentamente”. O conceito não é novo e foi criado em 2006, quando Todd Sielig escreveu o Slow Blogging Manifesto, o qual foi explicado pelo NY Times em 2008 como “uma rejeição ao imediatismo, uma afirmação de que nem todas as coisas merecem ser escritas rapidamente”. Pulamos para 2021 e seguimos enfrentando a maior pressão até agora vivida por quem produz algo no mercado, de conteúdo no Instagram a obras de arte, passando por teses jurídicas, tudo precisa ser criado para ontem e nada é digno de sobreviver até amanhã, correndo o risco, inclusive, de estar obsoleto antes da hora do almoço.
O movimento slow blogging faz parte de um pacote maior que inclui o slow food no lugar do fast food, a slow fashion no lugar da fast fashion e a slow life no lugar de uma vida vivida de maneira frenética e sem tempo para o leve e o momento presente. Admito a vocês que faço parte desses movimentos desde 2014 quando resolvi viver a meu modo e no meu tempo, apesar de não saber de suas existências organizadas até pouco tempo atrás. Dentre as variáveis do Movimento Slow, o slow blogging é o nosso tema por impactar diretamente nossa relação com nosso negócio, uma vez que em um cenário no qual o marketing tradicional foi substituto pelo digital; em um mercado em que a gestão de marketing nunca foi tão importante, graças a elevada concorrência; e em uma internet na qual o conteúdo está sendo disponibilizado cada vez mais rápido e sem cuidado, nós, empresárias e profissionais liberais, que precisamos desse recurso para estarmos gerando resultados em nossos escritórios, sentimos diariamente nossas forças sendo sugadas em nome do engajamento.
Porém, será que uma produção mais consciente e madura, uma comunicação mais assertiva e real, um marketing mais focado e pessoal seria a ruina dos nossos negócios? Eu acredito que não e tenho trabalhado isso na LCR e também nos negócios das minhas parceiras mentoras, criando uma gestão de marketing eficiente e respeitosa com nossos limites. Não defendo aqui que o slow blogging seja para todas as empreendedoras e para todos os negócios, defendo aqui que você encontre o ritmo que funciona para você e para a sua empresa, é necessário que você entenda a demanda do seu mercado, compreenda sua capacidade de produção e alinhe essas variáveis de modo a encontrar um equilíbrio que gere ganhos para ambas as partes, seja no marketing, seja no serviço em si.

Criar conteúdo é importante, mas criar um conteúdo sustentável e de qualidade é imprescindível. Pode ser que você consiga fazer isso de forma fast, pode ser que você precise fazer de forma slow, só não se esqueça que esse conteúdo está aqui para te ajudar a Fazer Dar Certo, Até Dar Certo e não para prejudicar a sua saúde mental e a credibilidade do seu negócio.



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