Sobre caderninhos, romances, blogs e a vontade de escrever.
Eu não sei com exatidão desde quando gosto de escrever, mas me lembro de escrever desde muito nova.
Eu me lembro de um caderno com capa rosa e com flores clarinhas desenhadas, ele tinha um pequeno cadeado dourado – o qual eu tenho certeza, não teria protegido nenhum dos meus devaneios se assim tivesse sido necessário. Ainda assim, na época eu confia naquele cadeadinho para proteger o que ali escrevia.
Não era bem um diário, ao menos eu não o encarava assim.
Sobre o que escrevia, então? Sobre tudo, meu primeiro amor não correspondido, para quem ligava e desligava na cara todas as tardes – sim, gente, desde cedo eu já não dominava a arte da paquera.
Escrevia também sobre o meu dia e sobre todas as coisas que faziam parte do meu universo, como o nascimento do meu primo/irmão mais novo – caso queiram saber, como a mais velha, fui profundamente preparada para o evento, já que todos tinham medo que eu não lidasse bem com a perda do trono, mas fiquem tranquilos, foi tudo muito de boa e nunca tentei mata-lo no berço.
Sim, parece o que uma garota escreve em um diário, mas era meu conjunto de folhas de papel grudado por uma capa, logo, chamo como quiser.
O tempo passou, eu já não sei mais onde está o tal conjunto de folhas de papel grudado por uma capa. Mas a verdade é que tentei escrever outras vezes. Quando entrei na faculdade, comecei um romance que até hoje não terminei e, provavelmente, não irei, não porque não o possa (apesar de ter medo de não poder mesmo), mas porque aquela história não é mais a quero contar. De qualquer maneira, troquei de computador algumas vezes desde então e também não imagino onde possa ter ido parar o começo do meu primeiro romance – eu sei, um pouco arrogante chamar aquilo de romance, mas, mais uma vez, eram meus punhados de frases e versos, logo, chamo como quiser.
Aqui estou eu novamente, diante de um novo momento, agora os punhadinhos são de gigabytes, terabytes e outros recursos que o blog tem. Pela primeira vez, estou de fato, diante da oportunidade de deixar que alguém leia o que se passa na minha cabeça. O medo é gigante, e quem aí do outro lado acha que uma coach não tem medo, saiba que eu sempre tenho medo, apenas aprendi a separar o real do irreal e a aguentar a pancada do que pode vir.
Enfim, nada do que já publiquei passa perto do que está por vir. Escrevo, diariamente, no Instagram e no Facebook desde 2014. Já escrevi para revistas e jornais, atualmente, tenho uma coluna no jornal Folha Regional, mas a verdade é que, por mais que todas essas experiências (incluindo a do caderninho) tenham me preparado para chegar até aqui, eu ainda não sei como será daqui para a frente.
Espero que dê tudo certo.
Para você que esperava algo mais grandioso para o final: minhas sinceras desculpas. Eu só queria mesmo mostrar para mim mesma que estou pronta para me abrir, para ser eu mesma, para me permitir ser julgada, para permitir que o tal talento que eu acho que tenho, seja julgado por quem de fato sabe das coisas...você meu público, meu querido leitor, com quem pretendo dividir minhas loucuras, meus pensamentos, além de muito conteúdo, para juntos construirmos um espaço de respeito, parceria, crescimento e aprendizado.
Obrigada por estarem comigo.
E por favor, julguem com carinho.
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